sexta-feira, 13 de março de 2015

1/4 de século me trouxe lembranças [uma carta para mim]


Reprodução: Google Imagem


Há exatos 25 anos eu nascia. Pequena, indefesa e sem ter consciência da minha própria existência.
Aos poucos tudo foi fazendo sentindo, as cores, sabores, pessoas.

Eu tinha medo de cachorro, adorava usar vermelho e dançava Carrapicho (uma banda da década de 90).

Peguei apreço pelo caderno de caligrafia e amava a professora Karla do pré. (Aliás, queria encontrá-la no facebook).

Comer sabão e botar a língua na tomada eram um das minhas estripulias.

Aprendi o que era rotação e translação sozinha, lendo um livro do colégio particular que eu não estudava mais.

Amava minha coleção de carrinhos, que fingia estacionar embaixo da mesa e brincar de fazer baliza.

Era fã de Chaves e deixava de brincar aos domingos só para ter uma overdose de Sílvio Santos na TV.

A melhor coisa do mundo era o café de tarde, regado de pão francês e café com leite, ao lado da minha mãe e da minha vó.

Um dia antes dos meus aniversários eu tinha piripaques de emoção porque estava ficando mais velha, crescendo e poderia fazer tudo que gente grande faz. (Mal sabia eu o trabalhão que dá rs).

Comecei a ter amores platônicos e novas vontades. Mas ainda usava tênis da Chiquititas, dançava com a banda Rouge e jogava Nitendo 64.

Chorei com as várias vezes que meu bichinho virtual, chamado Hakuraco Dino Kun, morreu. Mas eu superei.

Curti Jeito Moleque, Ivete Sangalo e System Of Down. Também pintei as pontas do cabelo com papel crepom vermelho e usei roupa rasgada acompanha do meu All Star sujo e cano longo.

Tomei gosto por me maquiar e pentear o cabelo, arrumei emprego e aprendi andar de salto alto por São Paulo, usando metrô e ônibus.

Machucaram meu coração algumas vezes como eu também machuquei de algumas pessoas. Faz parte da vida.

Tenho amigos novos, antigos, que permanecem, outros que não falam tanto e outras que nem sei mais por onde andam. Mas os amo do mesmo jeito.

Porque cresci, o tempo voou, decolou como um rasante e lá se vão 25 anos, ou 1/4 de século como eu gosto de chamar.

Aprendi a amar, respeitar, meditar, ser mais calma, tolerante, voraz, atacar quando for preciso e recuar para me proteger. Também logo menos serei jornalista diplomada pra orgulho da geral rs.

OBRIGADA a cada um que fez, faz e ainda vão fazer, parte da minha vida, que está apenas começando e que estou com muita vontade de aproveitar, desvendar e batalhar.

Muita paz, sabedoria e equilíbrio, para aprender com os erros e comemorar os acertos nos meus próximos 25 anos.

Não sei do futuro e assim prefiro, porque sou feliz vivendo o presente. Presente de viver!

#namaste #hariom #paz #amor #25anosdaVania
- VR

quarta-feira, 11 de março de 2015

Quando você acordar...




Reprodução: Google Imagens
Quem disse que seria fácil?

Até porque como dizia minha avó, o que vem fácil, fácil também se vai.

Sei que você passou por dores, indecisões e até medo. Mas não se preocupe, você também está se movendo e eu prometo que vou mover você.

Já te disse várias vezes que a vida sem metas e motivos para alcançar e continuar, perde o sabor e o significado.

Um dos responsáveis e mais potentes combustíveis é o amor. Joia rara de ser achada, tesouro escondido no fundo da caverna mais secreta, que se encontrado for, te tornará uma das pessoas mais sortudas desse mundo.

O amor tem o poder de ajudar a enfrentar qualquer problema, trazendo doses insanas de felicidade, porém, como tudo na vida, há extremos. Para um pobre escritor como eu, estar as vezes no fundo do poço da tristeza, colabora para fazer nascer a poesia mais sincera e bonita do mundo.

Hoje estou no meu extremo da felicidade, porque acordei com a imagem do seu sorriso registrada em minha memória, o som da sua voz ecoando em meus ouvidos e seu perfume invadindo os meus sentidos.

Por isso, resolvi escrever para você, para acalentar seu dia comprido, que foi difícil passar por ele.

Mesmo que seus lábios não digam nada, sei o suficiente que há algo de errado, então eu tento deixar tudo certo, porque quero te amar com meu coração.

Todos os dias são uma tentativa desnorteada me fazendo tentar achar onde eu posso começar.

Ouça a canção, sinta minhas mãos passando pelo seu corpo, meus lábios beijando suavemente os seus, escute toda essa vida que se move em sua volta e pense em tudo aquilo que quer, que deseja.
Eu já fiz minha escolha e é estar com você.

Enquanto isso você dorme, eu admiro sua calma e olho o móvel onde deixarei minhas humildes palavras.

Já não estarei tão perto quando você acordar, porque mesmo tão absoluta que seja essa verdade ainda tenho medo de você não ter aprendido me amar.

Você andava tão cansada que nem conseguia dormir a noite, mas te acalmei, te acalentei em meu peito.

Mas o medo me chama e eu preciso partir. Voando para não pousar, porque ninguém entende você. Ninguém me entende. -VR

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Retrospectiva Século XXI - Tá todo mundo louco


Reprodução: Folha de São Paulo

Nos últimos tempos parece que a humanidade fez uma lavagem cerebral e surtou de vez. É cada atitude que dá uma preguiça...

Tudo vira moda de uma maneira que faz com que todos se pareçam com uma fábrica de carros e saiam feitos modelos idênticos e em série.

É um tal de copia e cola sem fim. Copiam a roupa, o cabelo, a maquiagem e até a barba descolorida do Neymar. A cada esquina vejo um "craque" do Barça, made in Paraguai.

Tenho dó da tecnologia, que nasceu para facilitar e facilitou tanto que virou o muro das lamentações, parece mais O Diário de Bridget Jones, e também cheio de check in infinito. Você pode não conhecer a pessoa, mas sabe quantas vezes ela foi ao banheiro, se comeu, se está se sentindo chateada e assim vai... Cria-se até uma falsa intimidade, hoje,  percebi que sou "íntima" de quase 2.500 "amigos".

As operadoras deveriam desativar de vez a função SMS dos celulares. Aposto que sua caixa de entrada só tem mensagem do tipo: "VOCÊ EXCEDEU O LIMITE DA SUA FRANQUIA", ou então, "LIGUE AGORA, O NÚMERO JÁ ESTÁ DISPONÍVEL".  A moda agora é WhatsApp, ele filma, tira, foto, manda áudio, mensagem, tudo na faixa, de graça. Só falta fazer uns despachos e te consolar nas noites tristes.

O Narcisismo é o Imperador da vez. Mulheres alucinadas, afinando bochecha, botando peito, colocando hidrogel na perna e ficando "cambeta" para aproveitar o momento de subcelebridade e aparecer na mídia.

Os brinquedos da minha infância criaram vida própria. Tem Barbie retardada humana, Ken humano, que inclusive está internado e com a cara deformada, depois de fazer mais de 100 cirurgias e por fim não ficar nem um pouco parecido com o boneco de verdade.

Tem Vodka com água de coco, beijinho no ombro, recalque comendo solto, muitas inimigas sendo lacradas. Tudo isso regado com muito funk de qualidade, de letras pegajosas e curtinhas, tudo bem no estilo brasileiro de ser.

Enquanto acontece essa vida badalada, tem político passando a mão no seu bolso, no seu tempo, no seu suor (quando tem), e desfrutando "das europa", "dos jatinhos" e de vales, vale-terno, vale-gasolina, vale-falta de vergonha na cara.

E para encerrar, a dona Graça Foster mandou um beijo pra vocês, enquanto trocava um "whats" com a presidenta negociando a privatização da Petrobrás.

Happy New Year galera! - VR

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Malícia: irmã mais velha da ingenuidade

Reprodução: Google Imagem
Metrô de Nova York, pleno verão, lá estava ele na estação de Manhattan, impossível não reconhecer de costas. De repente um frio me bateu na barriga, um susto, ao lado dele uma mulher de cabelo curto, vestido largo e longo, fui descendo meus olhos e o inevitável, os dois de mãos dadas.

Não tinha como negar que era ele, conhecia aquelas costas, aquele cabelo preto, enrolado como de um anjo e a lateral do rosto dava pra ver a barba bagunçada.

Naquele momento eu tive um misto de inconformação, crueldade, provocação. E é claro que fiz questão de entrar no mesmo vagão. Queria que ele me visse.

A surpresa maior foi o cara a cara. E como se não bastasse ela estava grávida, barriga enorme, rosto inchado, bem naquele período que a mulher perde um pouco do glamour.

Ele, branco como uma vela ao me ver. Rapidamente inventou algo pra fazer e soltou das mãos dela. Tentou mudar de lugar, mas ela não quis, já eu fiz questão de sentar de frente e assistir de camarote ele tão sem graça. 

Foram algumas estações incômodas, pra ele claro. Enquanto isso, minha mente pensava em mil coisas a seu respeito em um só segundo.
Por fim, cheguei no Brooklyn, era minha hora de descer e eles seguiriam. 

Engraçado falar assim, dá até a impressão que algum dia eu havia tocado seus lábios ou vivido uma noite de amor com ele.

Na verdade nosso primeiro "encontro" foi ontem, ele me viu na entrada da estação, por algum motivo nos atraímos apenas por um olhar, ele me seguiu, entrou no meu vagão e me despia apenas com os olhos, observando todos os meus movimentos. 

Por alguns instantes achei que ele viria falar comigo, que talvez nunca mais nos largássemos, sua inquietação com a minha presença era nítida, parecia até que ele era livre para amar, livre para ser meu, apenas livre.

Mas como sempre, hoje desci no Brooklyn e ele continuou seu caminho, não trocamos se quer uma palavra. Achei que nunca mais eu cruzaria com aquele homem que me olhou de uma maneira tão intensa que ilustravam uma intimidade entre nós. Mas a vida colocou ele perto de mim de novo e dessa vez a prova viva de que ele nunca foi meu.

Fora dali me dei conta que mais uma vez cruzei com um daqueles amores platônicos de metrô. -VR







sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Não era só sacanagem, eu juro!

Reprodução: Sensual Vetor
Oi!

Me chamo Mel, tenho 17 anos e desde os 8 tenho um interesse pelo vizinho cabeludo. Mais pra frente você vai entender porque já comecei falando dele, aliás, tem algum tempo que vivo em função de seus movimentos.

Acordei, a casa estava vazia, todos saíram e para minha sorte e alegria ganhei a solidão só pra mim, fazendo companhia para meus hormônios adolescente que borbulham sem cessar. Sou tímida, odeio essas espinhas no meu rosto e essa canela seca, destoando das coxas grossas. Mas admito que essa timidez é apenas uma máscara que por trás esconde vontades e pensamentos que até deus dúvida.

Você deve estar me criticando em pensamentos dizendo para si que eu deveria estar brincando, vendo um tutorial de maquiagem na internet, ou olhando revista de moda - coisas toscas que adolescentes mimadas costumam fazer - que não sei nada da vida, mas te digo que mesmo tão jovem, e eu sei bem disso, nasci com instinto da sexualidade estampada no meu caráter, e agora já um pouco mais velha, se destaca nas curvas do meu corpo, que na verdade funcionam como um convite para o pecado.

Voltando ao assunto, hoje não foi diferente, fiquei olhando pelas frestas da janela o movimento da rua, lá estava ele, cabelos pretos, lisos e compridos, jogava bola com os outros meninos e por algum motivo ele sabia que eu estava ali pagando papel de boba, escondida, observando seu abdômen branquelo, definido pelas "peladas" diárias.

O tempo estava nublado, os caras estavam mais a fim de ficar dentro de casa do que correndo no paralelepípedo atrás de uma bola. Algum tempo depois ele ficou sozinho na rua, sentou de frente para a janela da minha casa, fazia cara de quem queria ver alguma coisa. Coisa essa que eu estava disposta a mostrar.

Já havíamos conversado algumas vezes, numa daquelas rodinhas que se formam nas noites quentes de verão, nada demais, apenas assuntos comuns, mas eu não conseguia disfarçar, queria que ele percebesse a malícia em meu olhar, não queria que tivesse que tomar uma atitude, na verdade seria melhor se tudo partisse dele.

Não era amor, eu acho, não sei definir, mas por algum motivo ele sempre me atraiu e não consegui ter olhos para mais ninguém.

Ele é mais velho, tem cara de quem entende da vida, já deve ter tido mulheres de todos os tipos, o que uma menina tão nova como eu saberia oferecer ?

Uma vez ele até me disse, que mesmo na minha inocência eu saberia oferecer, com os gestos, algo que instigava ele.

Enquanto pensava nesses nossos pequenos contatos ele ainda estava lá, dessa vez bem na frente do meu portão. Meu coração disparou, parecia que ele queria entrar, invadir minha vida e eu tinha naquele momento todas as chances de fazer acontecer. Estava em minhas mãos.

Mas não gosto de coisas fáceis, resolvi testar até que ponto ele perderia o controle e de vez tomaria conta da situação.

Já era entardecer, com o tempo nublado, a rua estava muito vazia e o céu bem mais escuro, dava pra ver pouco o que acontecia, me aproveitei dessa situação e abri parte da cortina, tanto sufuciente para ver quem estava naquela janela.

Ele sorriu, se aproximou mais um pouco, para ver melhor. Comecei meu ritual, que tanto esperei para fazer. Por muitas vezes testei minha sedução sozinha no quarto, olhando para o espelho, enquanto tocava um CD com a trilha sonora da novela das oito.

Tirei peça por peça do meu corpo, em movimentos lentos, até que fiquei completamente nua, perante a janela e diante de seus olhos. Sua face mudou rapidamente, ele parecia não acreditar que por trás daquela menina, havia um corpo quente ansiando seu toque para acalmar.

Comecei a dançar, provocar, encostava meus seios no vidro da janela fechada. Ele do outro lado parecia um bicho feroz, pronto para a atacar a presa, isso me deixava mais fora de mim a ponto de perder completamente a compostura, sem medo de ser flagrada.

Continuei a dança, queria ter coragem para fazer todas as loucuras com ele, mas meu prazer era provocar, era vê-lo completamente perturbado com a imagem que aparecia na janela. 

Não quero te chocar, mas tudo que menos fui ali é santa, ao que os olhos podiam ver e a mente imaginar, eu fiz, queria ser a melhor protagonista da história. O que me conduzia era a provocação. Ele pulou meu portão, beijou o vidro, se contorceu com tom de clemência, em desespero.  

Eu fingia que não via sua agonia, dali ele não passaria, não teria acesso ao objeto que ele tanto queria, meu corpo. Consegui alcançar meu alvo, satisfazer meu capricho em tirar ele da zona de conforto e voltar ao meu quarto imaginando como seria a próxima vez que meu olhar cruzasse o seu. - VR




quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A minha vida depois que o Cantareira secou ​​


Reprodução: Rede Bom Dia
Ainda me lembro dos longos banhos que tomava.
Há como era bom !!!

Eu interpretava com maestria cenas de filmes, seriados e novelas, enquanto isso a caixa d'água diminuía, a conta subia e o Cantareira secava.

Mal sabia eu que estava plantando o próprio veneno para colher depois.

Enquanto arrumava meu cabelo, o telejornal noticiava:
- Mais um dia frio e sem chuva. O Sistema de Abastecimento Cantareira está com 8% da capacidade...
5%....
1%....!
A ÁGUA DO SISTEMA CANTAREIRA SECOU ! ACABOU !!

Secou tanto que dessa vez até o volume morto morreu de verdade.

Aqueles planos emergenciais de transferir água de outro lugar, de aumentar imposto e a conta de água e luz foram meramente ilusórios.

Os problemas se instalaram de vez em casa. Meu cabelo está duro de sujeira, quando dá pra "tomar um banho" é só de canequinha pra lavar as partes essenciais.

A pilha de roupa se acumula no cesto e a que está no corpo já cheira mal. A calça jeans de tão suja já tem quase vida própria a ponto de saber voltar pra casa sozinha.

Louça limpa não tem mais, a cozinha tá um caos, comida só enlatada e o quintal não tem onde pisar de tanto xixi e cocô da cachorra.

Não tem nenhuma gota pra nada !!!

Na rua as pessoas estão perambulando como zumbis. Comércios  fecharam, a vida foi alterada, o corpo precisa de água e como não tem, muitas doenças começam a surgir.

O estado é de calamidade, um bando de gente postando no feice o arrependimento de ter interpretado uma novela inteira embaixo do chuveiro, enquanto a água ia embora pelo ralo.

E agora ? Só dependemos da mãe natureza e ela está magoada demais pra nos perdoar e ajudar a chover.

Sem chance, fim da linha, mosquito voando, fedor exalando!

De repente acordo! Uau, que pesadelo, estou atrasado para o trabalho, o Cantareira ainda não secou. Preciso levantar, me arrumar, tomar um banho! Um banho de 5 minutos, talvez dê tempo de cantar apenas uma música preferida, já está de bom tamanho.

Meus queridos, a água ainda não acabou, mas se vocês continuarem interpretando um musical da Broadway na hora do banho, talvez esse pesadelo se torne real. Economize, cuide de um dos bens maiores que nós temos: A ÁGUA! - VWR

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Hoje em dia ela já não entra mais

Reprodução: Youtube


Peguei umas caixas em cima do guarda-roupas e encontrei algumas fotos da época do colegial. Quase em todos os retratos tinha uma menina magra, de penteado bagunçado e as pontas do cabelo vermelhas pintadas com crepom.

A calça frouxa na bunda, acompanhada de joelhos rasgados e All Star até a canela, era uma mistura de rock e grunge, o típico traje dos anos 2000. Ou simplificando: a verdadeira esbeltez adolescente.

A menina era eu, já desde os 14 anos com 1.62 de altura e aqueles lindos 50 kilos, a vida era azul, regada de doces da quitanda e muita besteira da tia do salgadinho de cebola, que ficava ao lado da escola.

Nem aquela menina obesa do 8°G causava preocupação. Nas aulas de educação física a gordinha tinha dificuldade de correr, enquanto, eu desgraçadamente me empanturrava de esfiha na beira da quadra, esperando minha vez de mostrar toda disposição, mesmo depois de encher a pança de massa.

Voltei pra realidade, joguei o álbum de lado, junto com essa passado magrinho e me dei conta que a balança já não era mais tão minha amiga dez anos depois.

Acredite se quiser, foi 1 kilo por ano, ao total: 10 kilos a mais. A calça só entra apertada e o colesterol foi lá nas nuvens. O desespero bateu depois daquela selfie com a cerveja na mão onde reparei que meu braço parecia uma bisnaguinha rechonchuda da padaria.

Pronto! Pânico instalado com sucesso!

Mas as desculpas para não fazer aquela corridinha diária são infinitas, sempre cansada, com sono, atrasada, cheia de coisas na faculdade pra fazer, o tênis é velho, e calça de ginástica está gasta demais porque usei pra dormir.

O jeito é pesquisar sites femininos, ler inúmeras dietas, 50 mil listas de suco verde, azul, vermelho. Adotar a dieta do carboidrato, a dieta do bacon, comer só salada, fruta, granola pura até virar um cimento no estômago. Tudo quanto mais criativo e mirabolante melhor. Dá até um tuimm nos olhos aquela capa de revista com o seguinte slogan "BARRIGA CHAPADA EM 4 DIAS". Tudo furada! Tudo muito chato!

E cada vez que o despertador toca avisando que já completei três horas e preciso comer algo magro e sem graça eu penso: " Um pedaço de bolo de chocolate é bem melhor.".

Mas o esquema mesmo está em não cair na tentação, o que sempre ajuda é lembrar da gordinha do 8°G e das calças rasgadas de rock star que um dia pode ser que voltem a entrar no pô pô em questão. -VR