terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Malícia: irmã mais velha da ingenuidade

Reprodução: Google Imagem
Metrô de Nova York, pleno verão, lá estava ele na estação de Manhattan, impossível não reconhecer de costas. De repente um frio me bateu na barriga, um susto, ao lado dele uma mulher de cabelo curto, vestido largo e longo, fui descendo meus olhos e o inevitável, os dois de mãos dadas.

Não tinha como negar que era ele, conhecia aquelas costas, aquele cabelo preto, enrolado como de um anjo e a lateral do rosto dava pra ver a barba bagunçada.

Naquele momento eu tive um misto de inconformação, crueldade, provocação. E é claro que fiz questão de entrar no mesmo vagão. Queria que ele me visse.

A surpresa maior foi o cara a cara. E como se não bastasse ela estava grávida, barriga enorme, rosto inchado, bem naquele período que a mulher perde um pouco do glamour.

Ele, branco como uma vela ao me ver. Rapidamente inventou algo pra fazer e soltou das mãos dela. Tentou mudar de lugar, mas ela não quis, já eu fiz questão de sentar de frente e assistir de camarote ele tão sem graça. 

Foram algumas estações incômodas, pra ele claro. Enquanto isso, minha mente pensava em mil coisas a seu respeito em um só segundo.
Por fim, cheguei no Brooklyn, era minha hora de descer e eles seguiriam. 

Engraçado falar assim, dá até a impressão que algum dia eu havia tocado seus lábios ou vivido uma noite de amor com ele.

Na verdade nosso primeiro "encontro" foi ontem, ele me viu na entrada da estação, por algum motivo nos atraímos apenas por um olhar, ele me seguiu, entrou no meu vagão e me despia apenas com os olhos, observando todos os meus movimentos. 

Por alguns instantes achei que ele viria falar comigo, que talvez nunca mais nos largássemos, sua inquietação com a minha presença era nítida, parecia até que ele era livre para amar, livre para ser meu, apenas livre.

Mas como sempre, hoje desci no Brooklyn e ele continuou seu caminho, não trocamos se quer uma palavra. Achei que nunca mais eu cruzaria com aquele homem que me olhou de uma maneira tão intensa que ilustravam uma intimidade entre nós. Mas a vida colocou ele perto de mim de novo e dessa vez a prova viva de que ele nunca foi meu.

Fora dali me dei conta que mais uma vez cruzei com um daqueles amores platônicos de metrô. -VR







sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Não era só sacanagem, eu juro!

Reprodução: Sensual Vetor
Oi!

Me chamo Mel, tenho 17 anos e desde os 8 tenho um interesse pelo vizinho cabeludo. Mais pra frente você vai entender porque já comecei falando dele, aliás, tem algum tempo que vivo em função de seus movimentos.

Acordei, a casa estava vazia, todos saíram e para minha sorte e alegria ganhei a solidão só pra mim, fazendo companhia para meus hormônios adolescente que borbulham sem cessar. Sou tímida, odeio essas espinhas no meu rosto e essa canela seca, destoando das coxas grossas. Mas admito que essa timidez é apenas uma máscara que por trás esconde vontades e pensamentos que até deus dúvida.

Você deve estar me criticando em pensamentos dizendo para si que eu deveria estar brincando, vendo um tutorial de maquiagem na internet, ou olhando revista de moda - coisas toscas que adolescentes mimadas costumam fazer - que não sei nada da vida, mas te digo que mesmo tão jovem, e eu sei bem disso, nasci com instinto da sexualidade estampada no meu caráter, e agora já um pouco mais velha, se destaca nas curvas do meu corpo, que na verdade funcionam como um convite para o pecado.

Voltando ao assunto, hoje não foi diferente, fiquei olhando pelas frestas da janela o movimento da rua, lá estava ele, cabelos pretos, lisos e compridos, jogava bola com os outros meninos e por algum motivo ele sabia que eu estava ali pagando papel de boba, escondida, observando seu abdômen branquelo, definido pelas "peladas" diárias.

O tempo estava nublado, os caras estavam mais a fim de ficar dentro de casa do que correndo no paralelepípedo atrás de uma bola. Algum tempo depois ele ficou sozinho na rua, sentou de frente para a janela da minha casa, fazia cara de quem queria ver alguma coisa. Coisa essa que eu estava disposta a mostrar.

Já havíamos conversado algumas vezes, numa daquelas rodinhas que se formam nas noites quentes de verão, nada demais, apenas assuntos comuns, mas eu não conseguia disfarçar, queria que ele percebesse a malícia em meu olhar, não queria que tivesse que tomar uma atitude, na verdade seria melhor se tudo partisse dele.

Não era amor, eu acho, não sei definir, mas por algum motivo ele sempre me atraiu e não consegui ter olhos para mais ninguém.

Ele é mais velho, tem cara de quem entende da vida, já deve ter tido mulheres de todos os tipos, o que uma menina tão nova como eu saberia oferecer ?

Uma vez ele até me disse, que mesmo na minha inocência eu saberia oferecer, com os gestos, algo que instigava ele.

Enquanto pensava nesses nossos pequenos contatos ele ainda estava lá, dessa vez bem na frente do meu portão. Meu coração disparou, parecia que ele queria entrar, invadir minha vida e eu tinha naquele momento todas as chances de fazer acontecer. Estava em minhas mãos.

Mas não gosto de coisas fáceis, resolvi testar até que ponto ele perderia o controle e de vez tomaria conta da situação.

Já era entardecer, com o tempo nublado, a rua estava muito vazia e o céu bem mais escuro, dava pra ver pouco o que acontecia, me aproveitei dessa situação e abri parte da cortina, tanto sufuciente para ver quem estava naquela janela.

Ele sorriu, se aproximou mais um pouco, para ver melhor. Comecei meu ritual, que tanto esperei para fazer. Por muitas vezes testei minha sedução sozinha no quarto, olhando para o espelho, enquanto tocava um CD com a trilha sonora da novela das oito.

Tirei peça por peça do meu corpo, em movimentos lentos, até que fiquei completamente nua, perante a janela e diante de seus olhos. Sua face mudou rapidamente, ele parecia não acreditar que por trás daquela menina, havia um corpo quente ansiando seu toque para acalmar.

Comecei a dançar, provocar, encostava meus seios no vidro da janela fechada. Ele do outro lado parecia um bicho feroz, pronto para a atacar a presa, isso me deixava mais fora de mim a ponto de perder completamente a compostura, sem medo de ser flagrada.

Continuei a dança, queria ter coragem para fazer todas as loucuras com ele, mas meu prazer era provocar, era vê-lo completamente perturbado com a imagem que aparecia na janela. 

Não quero te chocar, mas tudo que menos fui ali é santa, ao que os olhos podiam ver e a mente imaginar, eu fiz, queria ser a melhor protagonista da história. O que me conduzia era a provocação. Ele pulou meu portão, beijou o vidro, se contorceu com tom de clemência, em desespero.  

Eu fingia que não via sua agonia, dali ele não passaria, não teria acesso ao objeto que ele tanto queria, meu corpo. Consegui alcançar meu alvo, satisfazer meu capricho em tirar ele da zona de conforto e voltar ao meu quarto imaginando como seria a próxima vez que meu olhar cruzasse o seu. - VR




quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A minha vida depois que o Cantareira secou ​​


Reprodução: Rede Bom Dia
Ainda me lembro dos longos banhos que tomava.
Há como era bom !!!

Eu interpretava com maestria cenas de filmes, seriados e novelas, enquanto isso a caixa d'água diminuía, a conta subia e o Cantareira secava.

Mal sabia eu que estava plantando o próprio veneno para colher depois.

Enquanto arrumava meu cabelo, o telejornal noticiava:
- Mais um dia frio e sem chuva. O Sistema de Abastecimento Cantareira está com 8% da capacidade...
5%....
1%....!
A ÁGUA DO SISTEMA CANTAREIRA SECOU ! ACABOU !!

Secou tanto que dessa vez até o volume morto morreu de verdade.

Aqueles planos emergenciais de transferir água de outro lugar, de aumentar imposto e a conta de água e luz foram meramente ilusórios.

Os problemas se instalaram de vez em casa. Meu cabelo está duro de sujeira, quando dá pra "tomar um banho" é só de canequinha pra lavar as partes essenciais.

A pilha de roupa se acumula no cesto e a que está no corpo já cheira mal. A calça jeans de tão suja já tem quase vida própria a ponto de saber voltar pra casa sozinha.

Louça limpa não tem mais, a cozinha tá um caos, comida só enlatada e o quintal não tem onde pisar de tanto xixi e cocô da cachorra.

Não tem nenhuma gota pra nada !!!

Na rua as pessoas estão perambulando como zumbis. Comércios  fecharam, a vida foi alterada, o corpo precisa de água e como não tem, muitas doenças começam a surgir.

O estado é de calamidade, um bando de gente postando no feice o arrependimento de ter interpretado uma novela inteira embaixo do chuveiro, enquanto a água ia embora pelo ralo.

E agora ? Só dependemos da mãe natureza e ela está magoada demais pra nos perdoar e ajudar a chover.

Sem chance, fim da linha, mosquito voando, fedor exalando!

De repente acordo! Uau, que pesadelo, estou atrasado para o trabalho, o Cantareira ainda não secou. Preciso levantar, me arrumar, tomar um banho! Um banho de 5 minutos, talvez dê tempo de cantar apenas uma música preferida, já está de bom tamanho.

Meus queridos, a água ainda não acabou, mas se vocês continuarem interpretando um musical da Broadway na hora do banho, talvez esse pesadelo se torne real. Economize, cuide de um dos bens maiores que nós temos: A ÁGUA! - VWR

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Hoje em dia ela já não entra mais

Reprodução: Youtube


Peguei umas caixas em cima do guarda-roupas e encontrei algumas fotos da época do colegial. Quase em todos os retratos tinha uma menina magra, de penteado bagunçado e as pontas do cabelo vermelhas pintadas com crepom.

A calça frouxa na bunda, acompanhada de joelhos rasgados e All Star até a canela, era uma mistura de rock e grunge, o típico traje dos anos 2000. Ou simplificando: a verdadeira esbeltez adolescente.

A menina era eu, já desde os 14 anos com 1.62 de altura e aqueles lindos 50 kilos, a vida era azul, regada de doces da quitanda e muita besteira da tia do salgadinho de cebola, que ficava ao lado da escola.

Nem aquela menina obesa do 8°G causava preocupação. Nas aulas de educação física a gordinha tinha dificuldade de correr, enquanto, eu desgraçadamente me empanturrava de esfiha na beira da quadra, esperando minha vez de mostrar toda disposição, mesmo depois de encher a pança de massa.

Voltei pra realidade, joguei o álbum de lado, junto com essa passado magrinho e me dei conta que a balança já não era mais tão minha amiga dez anos depois.

Acredite se quiser, foi 1 kilo por ano, ao total: 10 kilos a mais. A calça só entra apertada e o colesterol foi lá nas nuvens. O desespero bateu depois daquela selfie com a cerveja na mão onde reparei que meu braço parecia uma bisnaguinha rechonchuda da padaria.

Pronto! Pânico instalado com sucesso!

Mas as desculpas para não fazer aquela corridinha diária são infinitas, sempre cansada, com sono, atrasada, cheia de coisas na faculdade pra fazer, o tênis é velho, e calça de ginástica está gasta demais porque usei pra dormir.

O jeito é pesquisar sites femininos, ler inúmeras dietas, 50 mil listas de suco verde, azul, vermelho. Adotar a dieta do carboidrato, a dieta do bacon, comer só salada, fruta, granola pura até virar um cimento no estômago. Tudo quanto mais criativo e mirabolante melhor. Dá até um tuimm nos olhos aquela capa de revista com o seguinte slogan "BARRIGA CHAPADA EM 4 DIAS". Tudo furada! Tudo muito chato!

E cada vez que o despertador toca avisando que já completei três horas e preciso comer algo magro e sem graça eu penso: " Um pedaço de bolo de chocolate é bem melhor.".

Mas o esquema mesmo está em não cair na tentação, o que sempre ajuda é lembrar da gordinha do 8°G e das calças rasgadas de rock star que um dia pode ser que voltem a entrar no pô pô em questão. -VR


terça-feira, 29 de julho de 2014

Cuide da sua vida ok?


Reprodução: Fórum Ilha

Sabe qual é o maior problema das pessoas?
Julgam demais, cuidam demais da vida alheia e se esquecem de olhar para vidinha cheia de pecados e tortuosa que tem.

Claro que sim, todo mundo tem um pensamento maldoso, todo mundo tem alguma coisa torta na vida, ninguém é santo. Mas com toda certeza você sempre vai encontrar aquele bendito ser, que sabe que debaixo do seu tapete a sujeira é grande, mas usará de falso moralismo para te criticar.


Hoje com tantos aplicativos e facilidades a paquera rola solta, ninguém sabe mais o verdadeiro sentido de amar, se apaixonar, ninguém conserta mais nada. Não deu certo? Troca! Simples assim, para os outros, não pra mim.


Batendo na tecla do falso moralismo, ainda pra completar essa fase, que parece interminável, da nova geração sem um pingo de neurônio, percebo muito machismo, não só dos homens, mas das mulheres.


É um tal de cuidar da vida do outro, de tachar a mulher pelas roupas que ela veste, pelas fotos que ela posta, ou pelas frases que ela diz. Cada um é cada um e agora vou mais profundo ainda: qual o problema em uma mulher querer sexo casual?

Cada um tem o direito de escolher o quer pra vida, ser um assexuado (a), pegador (a), não importa. Deus, o maioral, lembram-se disso? Deu o livre-arbítrio, que é a capacidade de tomarmos decisões por conta própria. CONTA PRÓPRIA ok?
 
Se o homem quer ter um pegada casual, ele é garanhão, o pegador. Se a mulher quer, ela é safada, biscate, não presta!


Por que?

Uma mulher pode muito bem querer ter uma aventura de apenas uma noite sem perder o valor e sem perder a magia de um dia encontrar um cara que vai te dar amor e gritar aos quatro ventos o quanto é feliz ao lado dela, além de fazê-la feliz daqui até a eternidade.

Onde eu quero chegar é no ponto de vista, que cada um tem que cuidar da sua vida, parar de stalkear a todo tempo o outro. Se quer arrumar uma diversão, vá ler um livro, comer um chocolate ou até mesmo passar a noite fazendo amor.

Cada um tem o direito de fazer suas escolhas e já que o mundo anda tão descolado e moderno, que esse avanço pelo menos faça cair por terra o falso moralismo e que a liberdade seja sinônimo para ambos os sexos, para todas as formas de amor, para todos os modos de felicidade e formas de escolher a vida.

Quando cada um passar a cuidar do seu espaço, das suas vontades, seus pensamentos e principalmente da sua VIDA, as coisas começarão a fluir muito mais. -VR






quinta-feira, 17 de julho de 2014

Se eu soubesse como era bom!


Reprodução: Imagens arq.16

Hoje fique de frente com a minha infância, foi um misto de emoções ao olhar a doçura e a inocência de uma menininha loira, de pela clara, diante de meus olhos.

Era como se um portal de 20 anos atrás tivesse aberto bem na minha frente.

A menininha era de uma delicadeza, de uma curiosidade, nada passava sem ser observado por aqueles olhinhos claros.

Ela me fez recordar nitidamente das vezes que me sentava no banco de trás do carro, enquanto minha mãe dirigia ao som da rádio Alfa e eu olhava curiosa tudo ao meu redor!

Hoje eu sei como o mundo era leve, cada cor, cada pessoa, cada gesto, tudo tão novo pra mim, qualquer coisa era motivo de encanto, alegria e emoção.

A menina de hoje não largava uma boneca, loirinha como ela, tão cuidadosa, era o puro extinto maternal nas mãos da inocência.

Eu na idade dela só tinha a preocupação de brincar, me divertir, inventar, sonhar! Eu podia me permitir viver num mundo da Lua, na alienação, sem ter ideia das maldades da vida.

Só consigo lembrar de como era boa a comida da vovó, a hora de brincar com a mamãe e esperar o papai chegar do trabalho pra pular em suas costas e correr pela casa de cavalinho.

Foi quando de repente um clarão bateu em meus olhos, aquela menininha estava ali, paralisada, olhando pra mim, como se estivesse na mesma órbita que a minha. Enquanto isso no meu playlist Lana Del Rey fazia a parte fúnebre das minhas memórias e me ajudava a recordar que o tempo passou e que se eu tivesse ciência do quão bom é ser criança, jamais teria desejado um dia ser adulta!

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Pare de ser trágico, isso me dá preguiça!


Reprodução: VilaClub
Nós seres humanos temos mania de supervalorizar os sentimentos. Conheço muitas pessoas que vivem do trágico.

"Há!! Se tal pessoa me deixar vou morrer!"
"Não vivo sem você!"
"Seremos amigas a vida inteira"


Até o saudoso Cazuza já afirmava na letra : "Daqui até a eternidade" da música Exagerado, essa percepção profunda de vida.

Mas sem querer ser grosseira, sentimentalismo barato é chato, dá preguiça e desculpa te desapontar: NÃO MATA NÃO!

Minha avó já dizia "o que não mata minha filha, não engorda"!; E ela estava cheia de razão.

Não podemos deixar de lado o fato de que somos seres humanos e que não adianta nos comparar com a Muralha da China, porque até ela se for bombardeada vai cair. Sofremos sim, choramos sim, sentimos falta sim, a vida é dura, não dá moleza não, mas nos ensina de uma maneira que nunca mais vamos esquecer.

Mas a ideia principal é trabalhar nosso interior de tal modo que devemos saber que somos fortes e podemos resistir às coisas ruins e aos tropeços que cruzam nossos caminhos ao longo do tempo.

​E mesmo quando a gente já está achando tudo perdido​ na verdade é o tempo, o balanço e o espaço que a vida te dá para se organizar e não se jogar dramaticamente em cima de qualquer sentimentalismo, correndo o risco de se magoar e magoar alguém.


Espere, pare de procurar, o que é teu está guardado e na hora certa vai chegar!

Caminhe com calma, esqueça a carência, acredite no amor de verdade. Porque o erro de tanta pressa te cega de ver que o complemento pode estar ali, bem do seu lado. - VR​


quinta-feira, 3 de julho de 2014

Desejos mais secretos


Reprodução: Deck124

Já são altas horas da madrugada, a garrafa de vinho secou, o cinzeiro está cheio de bituca e minha cabeça não para de pensar um só instante.

Meus desejos mais secretos agora estão revelados nessas linhas. Resolvi escrever o que sinto, porque cansei apenas de te imaginar enquanto a água quente do banho escorre em meu corpo, ou enquanto me contorço em meio ao lençol, louca pra que você estivesse ali entrelaçado comigo também.

São tantas loucuras que penso, me perco em pensamento, quando vejo, meus lábios estão sendo tocados pelos meus dedos insinuando o gesto que eu faria se eu pudesse beijar sua boca... seu corpo...!

Só que eu não posso mudar o destino, não posso mudar minhas vontades e fazer você aparecer aqui, ser meu, apenas posso te desenhar do jeito que eu quiser em minha mente.

O Sol já está apontando no horizonte, olhando para o lado vejo a cama vazia, mais uma noite se passou e eu fiquei aqui esperando por algo que não vai acontecer, por uma aventura.

Talvez devo dormir, acho que nos sonhos posso realizar com depravação meus desejos mais secretos, que você simplesmente perdeu a oportunidade de provar. - VR

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Pra toda regra há uma exceção, será?


Reprodução Google Imagens
Cresci e fui criada em duas vertentes: o bem e o mal, o certo e o errado, o metódico e o bagunceiro e por aí vai...

Mas acho que a vida da gente só começa a andar quando realmente seguimos o dito popular que "para toda regra há uma exceção".

Digo isso, porque hoje parei para analisar algumas manias que carreguei comigo ao longo desses anos, que vai das mais escrotas até as mais engraçadas, e percebi que todas as poucas vezes que me ousei sair do meu tradicional eu fui mais feliz.

Um exemplo bobo, mas muito real, durante anos da minha vida critiquei comida japonesa, só porque provei um negocinho ruim, em um momento errado. Mas um certo dia me permiti entrar em um restaurante e comer de verdade algo que até então era diferente para mim.


Hoje o que você mais vê na minha rede social são fotos de comida japonesa. Amei tanto que acho que a qualquer momento vou virar um peixe de tanto que como dessa culinária.
Tá vendo onde eu quero chegar? Fiz uma mudança, abri mão de uma regra e fui mais feliz.


Assim deveria ser com todas as coisas da vida, aproveitar cada segundo que nos é dado. Valorizar quem realmente está ao seu lado, pode não ser o cara mais bonito, definido, ou a mulher mais gata da festa, mas do que importa ? Comece a ver o interior da pessoa, o que o outro tem pra te oferecer e não a aparência ou um bem material, tudo isso com o tempo acaba.

Dê valor as coisas simples sempre, porque o simples é bonito e chic. O menos é mais. O bom pode se tornar ótimo. Permitir ser sem limites usando do bom senso em moderação.

Não é complicado, é saber seduzir com o olhar, é saber pedir sem soltar ao menos uma palavra. É pensar com equilíbrio e aprender a ser feliz consigo mesmo pra depois encontrar em um relacionamento, amizade ou seja lá o que for, alguém que possa completar seu ser. -VR

terça-feira, 17 de junho de 2014

O dia que resolvi me fechar para balanço

Reprodução: Arquivo (09)

Cheguei cansada, tirei os sapatos, depois as roupas, olhei meu corpo nu e em meus olhos era fácil perceber a decepção que meu coração sentia.

Já debaixo do chuveiro, com aquela água quente caindo sobre o meu corpo,  fiquei por bons minutos pensando o quanto uma pessoa pode desvalorizar o sentimento do outro, esquecer tão fácil momentos íntimos que foram vividos os resumindo a nada, em algo comum.

Ainda nua, observando meu corpo, percebi que talvez o problema não é meu, é como se algo maior falasse comigo:

- Aurora! Aurora! Acho que está na hora de você se fechar pra balanço!

Acariciei meus ombros, meus braços e percorri minhas mãos por todo meu corpo, me senti leve, sensual e tão dona de  mim. Por que estava ali chorando por ele? Cadê a Aurora forte e guerreira?

São tantas perguntas... como pude me deixar envolver de novo?
Pode ser que nem é amor, acho que foi só carência, vontade de ser acolhida, amada, devorada... é melhor mentir pra mim mesma, do que acreditar que esse sentimento seja tão real assim.

Por mais forte que uma mulher seja, ela sempre vai querer um homem que a envolva, proteja, enxugue suas lágrimas, seja seu companheiro e acima de tudo, grite sem pudor para o mundo que a ama, que tem essa mulher para si.

Pra que se reprimir de tudo? Esconder o que sente ou o que se quer falar? É mais fácil se exibir para uma menininha mimada e sem responsabilidades? Ou nesses tempos modernos, fazer os diabos para conseguir apenas boas curtidas nas redes ? Isso tem dois nomes: Ego e medo.

Continuo aqui, observando o quanto exalo sensualidade e a forma adulta da minha mente. Talvez seja fácil a resposta para todas essas perguntas, ser mulher demais te assustou e o fez fingir, disfarçar o que sente, esperar um tempo desnecessário...

Resolvi botar o sutiã e a calcinha, acender meu cigarro e na varanda, olhando para a Lua, jurar que preciso ficar a sós comigo mesma.

Até porque, acho que quando a gente para de procurar o que nos falta, é aí que o inesperado acontece e tudo se encaixa. Não custa tentar!

Desculpe não te atender hoje, mais estou fechada para balanço. - VR

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Jogo Malvado

Reprodução: Google Imagens

Um quintal bonito, cheio de flores e um mundo que parecia ser tão nosso. Eu confiava em seu olhar azul e inocente, que me fez descobrir o amor.

Éramos crianças e sentados no banco de madeira jogávamos no tabuleiro um jogo de xadrez, ou na cama do quarto inocente, os dados do banco imobiliário. Seu olhar azul me sustentava num mundo cheio de confianças.

Prova disso foi na brincadeira de esconde-esconde, que você prometeu fechar os olhos enquanto, eu de vestido branco, esperava você me encontrar.

De mãos dadas, olhávamos para a casa onde viveríamos a fase adulta e eu ainda confiaria no seu olhar azul.

O tempo passou, estávamos ali, adultos, parceiros e seu olhar azul continuava a me passar segurança. É estranho pensar como a paixão deixa as pessoas tolas.

Vivi momentos de amor, de tesão, rolando na cama, vestida com a minha melhor lingerie, com você acariciando meu corpo e observando as curvas que o tempo me deu. Ao mesmo tempo eu também me encantava com o homem de costas largas que você tinha se tornado e como aquele olhar azul ainda me passava confiança.

Reprodução: Google Imagens
Queria eu ter o dom de saber o jogo malvado que você jogaria comigo!
No pôr do sol, correndo de mãos dadas, na beira da praia, não era minha imagem que estava atrela a você.
Na cama de um quarto qualquer era com ela que você matava a hora e o prazer, mas você também foi traído, só que por uma marca de batom na manga da camisa.



Seu desespero não escondeu dos meus olhos o jogo malvado que jogou comigo.
Foi um flashback que passou em minha cabeça, enquanto ela de calcinha na cama, olhava para o nada pensando quando você a resgataria do cargo de amante.

O seu jogo malvado veio à tona em minha mente, quando criança, sentados no banco de madeira, enquanto eu olhava a borboleta, você trocava o cavalo pela dama, na cama do quarto inocente, enquanto eu olhava a carta do jogo, você roubava dinheiro do banco imobiliário e no esconde-esconde, você abriu os olhos e me viu entrar na casa de madeira. Você nunca foi minha segurança, você nunca foi confiável e mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer, fui eu mesma que não quis ver.
É estranho pensar como o desejo deixa as pessoas tolas! Foi um jogo malvado comigo! -VR

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Olha o "rapa"



Reprodução: Blog Simão Pessoa

Na correria, quase todos os dias saio de casa sem tomar pelo menos um cafezinho, aí não dá em outra, fico um pouco de mau humor e louca para chegar na porta da faculdade para fazer um lanchinho.

Hoje não foi diferente, era bem cedo, ônibus lotado e um pouco atrasada para a aula. Antes de chegar no metrô senti uma pequena dorzinha no estômago, era fome.

Quando cheguei na calçada da faculdade apertei o passo em direção ao camelô que vende lanches "naturais". São dois irmãos com cara de indianos, eles ficam bem no meio da calçada e vendem lanches na baguete nos sabores de frango, presunto e queijo e salame, tem também suco de goiaba, laranja e maracujá, que ficam dentro de uma caixa de isopor, cheia de gelo pingando no chão e fazendo aquela lambança.

O preço é bom, um kit de suco e baguete sai por apenas R$ 7,50 e o negócio é tão bem elaborado que aceita, débito, crédito, vale-refeição e passe de ônibus.

Mas meus planos de adquirir nessa manhã aquele lanchinho e acabar de vez com a minha fome foram por água abaixo.

Ao som de Muse, estava subindo a rua e ao mesmo tempo futucando a bolsa para encontrar minha carteira e de longe avistei os irmãos com cara de preocupados. Quando faltavam apenas alguns passos para finalmente eu me aproximar deles escuto um grito:

-OLHAAAA O RAPAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

Do nada vi Trident voando, gelo rolando no chão, uma galera correndo, dois policiais descendo a rua com um baita sorriso na cara e passos pesados imitando o RoboCop.

Na hora pensei:
- Corro atrás dos irmãos da baguete para a última venda deles do dia, ou finjo que essa fome não está aqui e subo pra aula?

As pernas deles eram tão rápidas que a minha preguiça preferiu dar um chamego na minha fome e serem felizes até a hora do almoço.

Realmente o lanche ficou na saudade, os irmãos perderam uma venda de R$7,50.

E os policias?
Há eles levaram um kit baguete e suco de graça pra casa.

Talvez amanhã não tenha "rapa" e eu consiga finalmente me deliciar de frango com maionese num pedaço de pão murcho.

Fim. - VR

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Esperando na janela

Reprodução: Google Imagens
Ela tinha os cabelos compridos, um olhar hipnotizante e uma expressão corporal que falava mais do que qualquer frase.
Deitada na cama, ou sentada na janela, viajava pelo mundo e conseguia idealizar um homem de traços perfeitos, toque macio e totalmente encantador.
O céu estava limpo, cheio de estrelas e a Lua deixando o cenário mais do que perfeito.
Ao amanhecer a rotina batia à porta e a esperança que ela tinha não parava de crescer.
Um dia ele chegou, mas ao contrário do que se pensava, o olhar dela se entristeceu, porque ele só veio para roubar seu sorriso e sua paz.
A janela, a noite e o céu estavam ali, mas a Lua foi embora e as estrelas também. Em seus lugares uma forte chuva tomou conta de toda a beleza e esperança daquele coração.
Foram noites que ela chorou, até que o sorriso voltou em forma de amor e ali ficou por um tempo até ser tomado, mais uma vez, pela dona mentira e uma tal de infelicidade.
A impressão que ela tinha era que sua vida não passava de um teatro, cheio de fantasias e dramalhões.
Parecia que aquela Lua do céu estrelado decidiu de vez sumir.
Mas ela descobriu que o coração se regenera e ressurge das cinzas assim como uma Fênix. Ela descobriu que o amor não tem uma fórmula e nunca terá!
Sentou-se na janela e prometeu ficar ali até ver novamente a Lua e suas adoráveis estrelas voltar.
Como em um passe de mágica, o céu voltou a brilhar, o coração acelerar e a esperança crescer.
Do nada surge um homem de voz mansa, sorriso encantador, um jeitinho diferente de falar e uma graça que nenhum outro conseguiu te dar.
Mais uma vez ela está ali, envolvida no mistério que ele carrega, dominada por seu encanto, pronta para se jogar.
- E se cair mais uma vez? E se tiver que renascer de novo?
Que caia, que levante e que se torne mais uma vez... uma Fênix ! - VR

terça-feira, 1 de abril de 2014

Solidão abstrata


Hoje, decidi entrar no blog, fazer o login e deixar o coração usar minha mente e minhas mãos para escrever.
Hoje, não vai rolar nenhum dado estatístico, nenhuma história mirabolante do transporte público e muito menos as revoltas sem fim que sinto em relação ao nosso país.
Hoje, quero apenas deixar um sentimento falar, um sentimento que por muitas vezes fica aqui, mudo, quieto, guardado, dando sempre vez para a voz da verdade, de indignação ou de sempre ter a razão.
Hoje, quero ser eu, trabalhar o dia todo, chegar em casa tomar um banho e dormir.
Hoje, quero comemorar que mais um dia passou, eu sobrevivi e continuo na contagem regressiva para mais um final de semana.
Hoje, quero planejar onde vou curtir um rock roll no sábado, que roupa vou usar e quem vou convidar.
Hoje, quero acreditar que o amor é real, que a fidelidade pode sim existir e que Deus não dá um peso que eu não posso carregar.
Hoje, preciso pensar que amanhã vai ser melhor, que o salário pode aumentar e que uma boa notícia vai chegar.
Hoje, ontem, amanhã e depois?
Hoje, eu até posso saber, mas daqui a pouco quem é que vai dizer?
Hoje, eu sou assim, livre, leve, espontânea, que você ama ou odeia, mas o que me interessa? Você presta?
Hoje, o mundo pode cair pra mim, ser o melhor pra você e amanhã simplesmente dez "nego" morrer, por causa de uma guerra qualquer.
Hoje, sorri, chorei, gostei, odeie.
Hoje, só quero ser eu e você? -VR

quinta-feira, 20 de março de 2014

Falta de capacidade em conseguir sexo fácil


Um assunto que não é novidade, pelo menos pra mim e milhares de mulheres que precisam usar o transporte todos os dias, são esses assédios masculinos, se é que posso chamar assim.

Nessa última semana um caso bem grave tomou conta da mídia brasileira, falando de um sujeitinho infeliz que agarrou uma mulher no vagão do trem na estação Luz. A ousadia foi tanta, que o safado quase quebrou o braço da mulher, pediu que ela levantasse a saia, abaixasse a calcinha para que ele pudesse encoxá-la. Como se não bastasse ele gozou em suas costas "para dar uma aliviada".

Agora eu pergunto: Que mundo é esse que estamos vivendo?

Esse caso é muito grave, mas não é raro e nem único, eu mesma já passei por várias situações constrangedoras dentro dos vagões. Os homens não respeitam, não tem limite e não dão a mínima para as consequências. E as mulheres? Há, as mulheres, não digo todas, mas algumas, saem "vestidas" com pedaços de pano, não se dão o respeito e diminui nossa classe nos colocando em grande risco sexual.

Para piorar, as redes sociais tem se tornado terra de ninguém. Essa semana o facebook desativou, após uma reportagem que fizemos no SBT Brasil,  um grupo denominado "Encoxadores e Encoxatrizes". Essa é uma página que fazia apologia aos embaixadores tarados e suas respectivas. O local reunia homens que queriam encoxar e mulheres que queriam receber o carinho malicioso.

Resumindo, essas atitudes estão foram dos preceitos e conceitos de qualquer ser humano com mínimo de QI. Um cara que precisa ir na frente de todo mundo, expor uma intimidade, correr riscos e tentar prazer na marra é um incapaz. Nem sexo fácil, que se encontra de monte, ele tem autonomia para conseguir.

Mulheres, não se calem, se deem valor, se amem e usem suas forças para denunciar esse tipo de gentalha solta nos transportes. Sofremos com a falta de mobilidade, mas já é muito ter que aguentar psicopatas e ninfomaníacos tirando nossa paz e nosso direito de ir e vir com segurança.-VR

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O trem da alegria

Reprodução: Caminhos_blogspot


Pra quem não sabe eu sou uma adepta forçada ao uso de transporte coletivo rs, mas acredito que tudo tem um "porque" bem positivo para que aconteça. Durante dois anos e oito meses fiz uma jornada bem cansativa e me desdobrava ao máximo para alcançar meus objetivos diários, mas apesar de todos esses esforços também tive vários momentos engraçados onde presenciei tudo quanto é tipo de ser humano.


Eram 6h00 da manhã e lá estava o celular gritando sem piedade com meu sono, eu levantei, escovei os dentes, tomei um banho e coloquei a roupinha que já tinha separada na noite anterior. Lá pras 6h40 já estava de carona com meu pai até a estação de metrô.

Reprodução: Google Imagens
À partir desse momento começava a saga de irritação e acontecimentos, que se não fossem trágicos diria que no mínimo engraçados, onde você entra e sai da estação sem querer.

Na parte da manhã, rumo a faculdade, o de sempre, pessoas mal educadas, axilas já bem azedas para o horário e muito fala-fala. Essa hora nada muito cômico acontecia, mas por volta das 13h00, quando eu pegava o trem sentido Mogi das Cruzes, aí começava a sessão comédia.

E nesse tarde não foi diferente. Indo para o trabalho, eu estava sentada no banco cumprido, verde e totalmente desconfortável daquela lata de sardinha denominada trem, não tinham muitas pessoas, o movimento era bem tranquilo, quando de repente entrou uma senhora, que pesava uns 120 kilos, ela usava uma saia até os pés e carregava uma sacola de feira.

Tinha um lugar vago no banco de frente ao meu, ela se sentou, deu um sorrisinho tímido para mim e logo foi metendo a mão na sacola. De lá saiu um tubinho de acetona, um punhadinho de algodão e muita, muita coragem pra fazer o que ela fez.

Acreditem se quiser, mas ela levantou com toda destreza o saiote e como as perninhas eram gordinhas, não tinham muita habilidade em colocá-las para o alto. Mas em um ato ligeiro, lá estava uma das pernas erguidas no banco e as mãos dando o que tem retirando os esmaltes das unhas dos pés.

Nesse momento eu não sabia como agir, de onde eu estava era possível ver a cor da calcinha, as dobrinhas da perna e toda a cara de pau deste ser que não esperou chegar em sua casa para fazer o ritual de beleza.

Ela ficou por mais de quatro estações dando o que tem, cortando, lixando e só não passou esmalte por que o seu destino era bem ali. Levantou apressadinha, pegou a sacola e ainda me presenteou com outro sorrisinho maroto. Logo depois o comentário pairou sobre o vagão e eu voltei a cochilar até a estação terminal.  - VR

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O tempo e a pressa



Ao olhar essa foto o que vem em sua mente?
Enquanto eu procurava uma figura pra retratar o meu primeiro texto para o blog, me deparei com essa simpática tartaruga e um bonequinho de papelão em cima dela, isso só fez reforçar o meu sentimento atualmente.

Percebo que com o avanço da tecnologia o tempo se tornou cada vez mais instantâneo, antigamente, agilidade era o pacote de miojo que ficava pronto em 3 minutinhos, hoje é uma eternidade ter que esperar 2 segundos até que uma página da internet consiga carregar.

Essa rapidez em resolver as coisas e a maneira como as palavras se dissolvem me deixa muito preocupada, porque as pessoas estão perdendo o valor das coisas, estão se esquecendo do sentimentos e isso não é demais quando uso a frase clichê "Mais amor por favor". Digo isso com intensidade e verdade, a gentileza já era, lembrar do aniversário do amigo seria impossível se não fosse o calendário do Facebook, "pra quê ligar se posso mandar um WhatsApp?" É de graça, rápido e frio de mais para estreitar a relação.

Tem até os mais moderninhos que se arriscam em fazer "etiquetas digitais", que no populacho do Século XXI quer dizer que o cara é tipo a Glória Kalil das redes sociais, para ensinar como receber boas curtidas, como mecanicamente mandar mensagens de felicitações, como postar foto e receber várias curtidas.

Alguém poderia parar o mundo para eu descer não? Eu sei que você deve estar pensando que esse meu papo é totalmente contra ao que eu estou fazendo agora - escrevendo em um blog, na internet 3.0, usando um conexão de 10GB - mas o que realmente eu quero dizer é que não tem nada demais em serem rápidos, ágeis, ou utilizar as redes sociais, a verdade é que devemos saber amar o próximo e usar tanta tecnologia a favor do bem, de salvar uma vida, de consolar um amigo que está longe, trocar informações, estudar e aprender até uma nova língua. E que não podemos deixar de lado é o interesse em ter a mesa farta de comida e a família reunida, todos ali conversando, trocando fraternidades sem ser época de Natal e Ano Novo.

Quase sempre é preciso calma na alma para resolver as coisas, é necessário também voltar a ter o campo de visão amplo e observar as coisas que estão ao seu redor, o quanto um amanhecer é bonito, o quanto é bom ter um colo pra deitar e como é maravilhoso o simples fato de estar vivo.

Vamos tentar ser mais leves ok? Você pode tentar imitar esse bonequinho da foto e subir numa tartaruga, olhar a paisagem, ir devagar, tomando um ventinho, ou se isso é devagar demais pra você pessoa digital, que tal parar nem que for 10 minutinhos, se desligar de qualquer aparelho eletrônico e dividir o tempo com uma pessoa que goste? -VR