sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O trem da alegria

Reprodução: Caminhos_blogspot


Pra quem não sabe eu sou uma adepta forçada ao uso de transporte coletivo rs, mas acredito que tudo tem um "porque" bem positivo para que aconteça. Durante dois anos e oito meses fiz uma jornada bem cansativa e me desdobrava ao máximo para alcançar meus objetivos diários, mas apesar de todos esses esforços também tive vários momentos engraçados onde presenciei tudo quanto é tipo de ser humano.


Eram 6h00 da manhã e lá estava o celular gritando sem piedade com meu sono, eu levantei, escovei os dentes, tomei um banho e coloquei a roupinha que já tinha separada na noite anterior. Lá pras 6h40 já estava de carona com meu pai até a estação de metrô.

Reprodução: Google Imagens
À partir desse momento começava a saga de irritação e acontecimentos, que se não fossem trágicos diria que no mínimo engraçados, onde você entra e sai da estação sem querer.

Na parte da manhã, rumo a faculdade, o de sempre, pessoas mal educadas, axilas já bem azedas para o horário e muito fala-fala. Essa hora nada muito cômico acontecia, mas por volta das 13h00, quando eu pegava o trem sentido Mogi das Cruzes, aí começava a sessão comédia.

E nesse tarde não foi diferente. Indo para o trabalho, eu estava sentada no banco cumprido, verde e totalmente desconfortável daquela lata de sardinha denominada trem, não tinham muitas pessoas, o movimento era bem tranquilo, quando de repente entrou uma senhora, que pesava uns 120 kilos, ela usava uma saia até os pés e carregava uma sacola de feira.

Tinha um lugar vago no banco de frente ao meu, ela se sentou, deu um sorrisinho tímido para mim e logo foi metendo a mão na sacola. De lá saiu um tubinho de acetona, um punhadinho de algodão e muita, muita coragem pra fazer o que ela fez.

Acreditem se quiser, mas ela levantou com toda destreza o saiote e como as perninhas eram gordinhas, não tinham muita habilidade em colocá-las para o alto. Mas em um ato ligeiro, lá estava uma das pernas erguidas no banco e as mãos dando o que tem retirando os esmaltes das unhas dos pés.

Nesse momento eu não sabia como agir, de onde eu estava era possível ver a cor da calcinha, as dobrinhas da perna e toda a cara de pau deste ser que não esperou chegar em sua casa para fazer o ritual de beleza.

Ela ficou por mais de quatro estações dando o que tem, cortando, lixando e só não passou esmalte por que o seu destino era bem ali. Levantou apressadinha, pegou a sacola e ainda me presenteou com outro sorrisinho maroto. Logo depois o comentário pairou sobre o vagão e eu voltei a cochilar até a estação terminal.  - VR